terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A autoajuda que vem do Céu

"Examine, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem." (1Co.11:28-30)

Pare um momento e se olhe no espelho. Faça uma autoanálise e perceba para onde seus atos e pensamentos estão te guiando. Muitas vezes vamos nos ver diante de uma situação em que devemos apelar para o bom senso (aquela faculdade de discernir entre verdadeiro e falso). Inúmeras vezes nós já aplicamos nossa razão para julgar um caminho a ser seguido e isso certamente nos trouxe algum tipo de consequência. Se não somos marionetes nas mãos de um operador, significa que temos o poder de decisão. Mas esse livre arbítrio é perigoso e, de tempos em tempos, o homem deve parar para refletir se o que faz, o faz baseado em seu impulso animal ou porque é dotado da capacidade de aprender a ser melhor a cada tentativa.

Cuidado com os conselhos! As pessoas vão te mandar seguir o coração (aquele lado emocional formatado por este mundo e que está sempre tentando trazer satisfação), só que o coração é cheio de promessas de contentamento e ideais egoístas. Segui-lo, então, deixa de ser uma alternativa sábia. Em todas as situações, portanto, pensemos em primeiro lugar se a paz de Cristo está sendo determinante em nossas decisões e atitudes.

Assim como no Direito, onde toda lei tem um espírito (finalidade), na Lei do Amor nada foi estabelecido por um capricho divino, onde a criatura obedece sem conhecer a motivação do Criador. Absolutamente, não! E é por isso, fundamentalmente isso, que o homem tem sede de Deus. Por causa desse grande mistério chamado vida, no qual estamos fincados. Entretanto, não é por causa dessa regalia toda de ser adotado e de poder contar com o favor do Pai, que o indivíduo tem a garantia de passar batido ao erro. Também não! O pecado, como acidente de percurso, sempre será perdoado mediante o arrependimento genuíno. Já o pecado deliberado, ou seja, consciente e planejado, como quem crê num anonimato improvável ou aposta numa mão salvadora no final, independente das advertências, não raramente acompanhado de uma capa de pureza e insistentemente crido como impune, a este foi dado o nome de hipocrisia. Para este miserável pecador, só mesmo um choque de ordem celestial, regado ao Sangue de Jesus para purificá-lo de toda a injustiça. Graças a Deus, nosso Pai, que enviou Seu Filho Amado, em quem temos a redenção dos pecados (TODOS OS PECADOS). Sem Ele já teríamos sido extintos desse mundo hostil, banidos à própria sorte, largados num vale de ossos secos.

Feliz Natal

sábado, 27 de julho de 2013

O Cristo é Pop

Sim, ele chegou. Arrastou multidões, promoveu a idolatria, deixou sua mensagem. Era preciso, afinal de contas, já faz um tempo que as ideias que ele defende estavam caindo no esquecimento de muitos.

Mas aí veio o grande e épico momento: a encenação! Quase perfeita. Levaram a cruz, mas se esqueceram do Crucificado. Ele morreu, disseram, mas no final, não houve tempo para ressuscitá-Lo... não... tinha uma senhora.

Ele chegou, discursou de acordo com o script previamente estudado. Comoveu a todos os que estavam atentos. Todos buscam a verdade, mas a verdade não foi contada de um todo. Sempre há um contexto fora do texto. Não gostam do livro...

Ele está aí, agradando a maioria, levando aos prantos aqueles que nunca adoram. Todos gostam dele, ele é um sucesso!

Ele se vai amanhã... o que ficará? Levará consigo a fé dos romeiros? Mudará o rumo da história? Criará um novo e vivo caminho? Sabemos que não.

Não se engane. Tocar no homem é mais fácil do que atingir o Deus. O toque divino exige mudanças, transformações, meias-voltas. É necessário um auto-exame e um recomeço constante para não errar o alvo. Deus é exclusivista e tem ciúmes. Gosta dos que andam em sinceridade de coração e que amam tudo aquilo que Ele ama.

Quando Ele voltar (e não tarda), não precisará de helicópteros, nem carros, nem ensaios. Virá anunciado por trombetas, rasgará o céu de um lado a outro e julgará toda obra do homem.

Oro sinceramente para que os jovens, quando se decepcionarem com o dia de amanhã (e é certo que irão) e não tiverem mais seu pop star desfilando pelas ruas, não desistam de buscar. Antes, porém, que busquem a Quem de direito merece toda devoção, toda adoração, todo esforço de deslocamento. Que os jovens desse mundão se arrependam e mudem suas mentes. Que finalmente entendam que só há um caminho, uma verdade e uma vida, e esse é Jesus.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O agir da espera


“Esperei com paciência no Senhor, e Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR. ” (Sl. 40:1-3)

Onde estaria Davi quando compôs este salmo? Onde (ou o que) seria esse charco de lodo, esse lago horrível? Que situação extrema poderia ser chamada dessa forma na vida de um homem? Sempre que leio essa passagem, fico tentando encaixar a minha realidade (com suas mazelas e lutas) nesse tal lago tenebroso que o salmista ilustra.

Creio, irrefutavelmente, que Deus é poderoso para nos tirar de qualquer situação difícil. Aliás, acho que poucos duvidam disso. A questão aqui não é a capacidade de Deus agir em nosso favor, nem tampouco a natureza podre e aparentemente sem solução da circunstância que nos cerca. A chave do sucesso, que nos eleva à condição de firmar nossos pés sobre a rocha, é a nossa disposição para esperar. Não como quem não faz nada e simplesmente cruza os braços sem esboçar nenhuma atitude. Mas como quem sabe em quem confia, como quem luta por algo, como quem quer verdadeiramente alcançar sua promessa.

O dicionário Houaiss traz algumas explanações sobre o verbo esperar: ter esperança, contar com, confiar em, não agir, não tomar decisões, não desistir de algo, não ir embora...

Será que diante de uma situação de calamidade nós sabemos esperar pela providência divina? Quanto tempo estamos dispostos a, pacientemente, aguardar que Deus decida nos ajudar? Podemos garantir que não iremos tentar contornar o obstáculo com nossos próprios recursos? O que dizer da nossa lei das compensações, através da qual nos julgamos merecedores de certos prazeres momentâneos que aplaquem nossa ansiedade? Temos fé suficiente para louvarmos o nome de Jesus sem nem ao menos vislumbrar uma pequena nuvem?

A carta de Paulo aos romanos, em seu capítulo 5:3-5 diz: “... gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta...”

A palavra tribulação, traduzida do grego thlipsis, é a mesma que Jesus profere em Jo. 16:33b: “No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”

Segundo a concordância bíblica de Strong, a palavra thlipsis pode denotar, entre outras coisas: tribulação, aflição, opressão, perigo, sofrimento, agonia, problema financeiro, necessidade, apuro, dilema, perseguição.

Ora, a tribulação a que Paulo se refere pode muito bem ser vista como famoso lago horrível de Davi. Um lugar de opressão, apuro, sofrimento. Uma situação limite da qual o homem sozinho não consegue se livrar. Um lugar onde se tem apenas duas alternativas: se debater em meio ao pânico ou esperar por socorro. Sendo assim, seguindo a ordem do apóstolo, percebemos que as aflições da vida nos levam à perseverança, que por sua vez nos tornam experientes, culminando com um coração esperançoso. Esperança esta que não desaponta. Logo, é dentro do lago que aprendemos a esperar.

Se formos parar para pensar, vamos ver que o oposto da espera, isto é, tudo aquilo que nos afasta da realização de algo que se quer ou precisa, tudo que nos tira a confiança, tudo que nos rouba a expectativa, nos prende ao lamaçal da alma. O oposto da espera é o desespero. Quem não espera, se desespera. Mata a esperança, mata a confiança, desanima, perde a fé e se entrega à aflição. Quanto mais nos debatemos em desespero, mais nos afundamos na areia movediça.

Jesus já nos disse que em nossas vidas teríamos thlipsis, ou seja, nos desesperaríamos. Talvez até pensássemos que não tinha mais jeito. Que era para ser assim, pois nascemos para viver desta forma, sujos de lodo, mudos para o louvor de Deus, irrecuperáveis diante o dia mau. Mas o Mestre nos ensina que devemos encontrar bom ânimo e esperarmos Nele. Ele venceu o mundo. Ele é vitorioso. Ele é merecedor e capaz de nos içar do fundo do poço, donde só Deus é capaz de ouvir nosso clamor. Lá dentro, no escuro da tristeza, devemos continuar acreditando na promessa do Pai: “Eu é que sei que pensamentos que tenho a vosso respeito. Pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais”.

A espera pelo milagre passa pela atitude de crer. Crer é agir, é não desistir, é ter por certo algo que não se vê mesmo sob circunstância desfavorável. Como quem se atola num lamaçal de problemas, mas que não se entrega nem se debate. Antes, porém, toma a decisão de invocar a providência que vem do alto e aguardar seguro sobre a rocha da fé.

Paz

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Grisalhos


Hoje eu completo 40 anos de idade. Pra mim (e pra muitos também) é uma data emblemática, pois marca uma época na vida de qualquer um. Tempo de refletir, analisar, fazer um balanço da vida e ver, não somente em que pé ela está, mas, principalmente, o que vai querer fazer com “a segunda metade” do que restou dela.

Confesso que me tornei um tanto nostálgico nesses dias. Comecei a investigar um pouco o passado e, por um golpe do acaso, me lembrei de alguns planos que fiz aos meus 20 anos. Admito que isso mexeu um pouco comigo. Não se passa impune ao revirar os recônditos esquecidos das nossas lembranças. Muita coisa vem à tona, nos lembramos de onde viemos, o que planejávamos ser e com quem andávamos. Nem sei por que estou pensando nisso agora. Talvez para comparar o rapaz agitado que achava que sabia demais com o “jovem senhor”, pai de filhas, que sabe menos a cada dia. Como bem disse Will Durant, “a educação é a descoberta progressiva da nossa ignorância”. Graças a Deus, o passar dos anos não frutificou os planos que fiz. Tenho certeza de que o jovem esportista, que dizia que nunca iria se casar e que estaria rico no futuro, iria ficar fulo da vida com o crente, família e seus toques grisalhos, cada dia mais evidentes, que ele se tornou.

O legal disso tudo é que me senti orgulhoso do planejamento infrutífero. Ri sozinho da minha incapacidade de decidir meu o futuro naquela ocasião e, melhor ainda, hoje me encontro muito mais motivado a fazer planos, por mais que o tempo não jogue a meu favor.

Chego aqui cheio de falhas, eu sei. Reconheço minhas inúmeras limitações, mas minha alma se alegra mais e mais a cada dia com o potencial de evolução que ainda tenho pela frente.

A caminhada é longa, herdei algumas rugas do tempo, um ar de desconfiança teima em rondar meus pensamentos, mas meu entusiasmo é ainda maior hoje! A palavra entusiasmo (do grego en + theos, ou seja em Deus) ilustra perfeitamente o momento que vivo. E eu me recuso a renunciá-lo, mesmo que isso possa parecer que estou em crise.

Aos 40 anos, entretanto, você é bombardeado de informações de alerta (e a essa altura, talvez eu não saiba definir se esse ataque vem de fora ou se é normal se sentir assim). Pra começar, suas visitas ao médico se tornam mais frequentes, não que você esteja doente, mas como diria a nossa avó, “seguro morreu de velho”. Seus colegas de serviço mais novos passam a te chamar de senhor, você começa a ter pouca disposição para ficar até altas horas da madrugada acordado, qualquer excesso de comida deixa de ser absorvido generosamente pelo organismo e passa a habitar uma zona equatorial do seu corpo, sua paciência tem curta duração.

Por outro lado, nem tudo são espinhos. Um certo charme e elegância tomam o lugar da agitação. Você passa a conhecer lugares bacanas (até porque já viajou bastante). Provavelmente fala mais de um idioma, é bom conhecedor de vinhos e culinária. Já fez e consolidou excelentes amizades e sabe que poderá contar com elas para toda sua vida. Seus pais começam a te pedir conselhos. O envelhecimento tem lá suas compensações.

Olhando com romantismo para essa jornada, percebo o quanto Deus é justo conosco. Primeiro porque Ele nos dá toda oportunidade de acertarmos as contas aqui em vida. Além disso, nos dá também todos os elementos necessários para seguirmos o caminho.

Aprendi que a gente deve compartilhar o que é bom. Multiplicar o bem nos torna mais humanos e menos parecidos com pedras. E nessa visão de fazer o bem sem olhar a quem, se eu puder contribuir nem que seja por um instante, gostaria de registrar aqui aquilo que aprendi até hoje com esse pouco espaço de tempo nessa vida.

Leia! Acostume-se ao saber. Não há preço para a liberdade. E não há liberdade maior do que conhecer a verdade. Busque o conhecimento, mas não faça isso como quem espera o produto final. Curta o caminho, delicie-se com cada pitada de conhecimento que adquire.

Aprenda a ouvir. Acostume seu ouvido para ouvir, não para escutar. Pode parecer meio óbvio isso, mas muitas vezes não queremos dar ouvidos aos outros. Use-o para assimilar a maior quantidade possível de informações. Retenha aquilo que te exorta, edifica e consola. E que tudo o mais saia pelo outro lado.

Ande com quem te impulsiona a crescer. Mesmo sendo longa, a caminhada é rápida e cansativa demais para se gastar tempo com gente mesquinha, de coração duro, cujos deuses são seus próprios ventres. Afaste-se de quem te leva a pecar e a trair a justiça.

Seja prudente ao tomar decisões. Pense como numa jornada em que todo o lixo jogado inadvertidamente irá parar em você mesmo. Guarde o seu coração. Ele influencia seus pensamentos. Pensamentos viram palavras. Cuidado com as palavras que usa, somos regidos por um governo fundamentado nelas. A palavra lançada se transforma em ações, que por sua vez se tornam hábitos. Mude seus hábitos. A monotonia é a ferrugem da alma.

Não guarde mágoas. Essas invenções malignas de reservar um espaço precioso de nossa mente para carregarmos essas frustrações só nos envelhecem e nos tornam chatos. Aprenda a perdoar (e a pedir perdão). Transforme-se pela renovação do seu modo de pensar. Tome a iniciativa de se libertar desse peso.

Creia! Aceite ser dependente e não auto-suficiente. Reconheça seus erros. Não insista num caminho que obviamente vai te levar a um lugar de ruína. Cedo ou tarde (melhor que seja cedo) você terá que percorrer tudo de volta para recomeçar do ponto onde se distanciou da verdade. O Caminho é um só!

Semeie! Saiba que a semeadura é opcional, mas a colheita não, ela é obrigatória. Só se colhe aquilo que plantou. Tenha paciência de esperar a época certa de colher. Não fique espiando todo o tempo para ver se já é hora de colher. Tudo tem o seu tempo determinado. E não desista da colheita. A princípio, um broto não se parece com o fruto sonhado, mas como tudo o que há debaixo do sol, há um processo em andamento, em você, em seus planos e também na sua colheita. Saiba esperar.

Plante amor. É o dom mais precioso que Deus nos deu. Lembre-se de que Ele nos amou primeiro quando éramos pecadores. Essa é a verdade do amor, não se espera nada em troca. Cultive isso e amontoará para si um tesouro eterno de glória.

Ame! Não tenha medo de amar. Não passe por essa vida sem experimentar esse derramar de amor por alguém. Não resista quando ouvir aquela voz que estremece todo o seu ser. Louco é quem nunca amou. Entregue-se. Não seja frio como o metal que soa ao ser batido ou o címbalo que retine mediante um estímulo. Não espere o amanhã. Hoje é o melhor que se consegue e o amanhã está destinado ao mistério.

Se você me perguntar se eu segui tudo isso aí acima, honestamente te respondo que não. E justamente por isso, infelizmente, ainda estou colhendo muitos frutos amargos devido às escolhas que fiz lá atrás. Mas eu sigo para frente, olhando para o Alto.

Agradeço a Ele por ter me escolhido e me levantado. Por ter me feito no ventre de Dona Ana, por ter me possibilitado conhecer Natália, mulher que eu amo, por ter me dado três lindas filhas princesas, Luisa, Gabriela e Mirela, e por todos os grandes amigos que fiz.

Se você leu tudo isso é por que me valeu a pena ter acordado cedo nessa manhã. Saiba que junto a este texto há uma oração fervorosa ao Senhor para que Ele te abençoe. Que eu e você possamos cantar novas canções a cada dia, contemplando o que há de mais belo e perfeito nesse mundo: o Amor.

Um beijo carinhoso pra você.