quarta-feira, 15 de julho de 2015

A graça de Deus

João 1:17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.

É necessário entender que a Bíblia é toda verdade e que suas palavras são vida para todo aquele que crê. Tudo foi escrito por inspiração divina e não há nada contraditório ou inverídico. Toda confusão que se faz é fruto de nossa incapacidade de discernir as coisas espirituais, fruto da nossa predisposição ao pecado e por nossos conceitos doutrinários arraigados na tradição.

Marcos 7.6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7.7 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. 7.8 Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. 7.9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição.

O intuito dessa mensagem não é criar polêmica com nenhuma visão eclesiástica nem me colocar numa posição de crítico da fé alheia, pelo contrário, meu único interesse é compartilhar minha exegese bíblica da Graça de Deus. Estou totalmente convicto de que o entendimento correto desse conceito irá desembaçar a nossa visão espiritual e impulsionar a nossa fé a perceber que Deus é bom e Sua misericórdia dura para sempre.

Jesus não cabe na bíblia. Grandes equívocos são cometidos por querermos enquadrar o Senhor dentro de um livro. Pelo contrário, a leitura da bíblia deve ser feita com a consciência de quem Ele é, o que Ele fez e como Ele fez. É claro que o ponto de partida são as escrituras, mas elas nos ensinam acerca Dele. A convivência e a fé nos fazem morada de Deus. Jesus é o centro da interpretação bíblica.

Não podemos desassociar Deus da bíblia e muito menos a bíblia de Deus, mas Deus é infinitamente maior do que a bíblia. A bíblia é aquilo que podemos digerir de Deus, considerando nossa limitação cognitiva, mas sob o ponto de vista espiritual, Deus tem muito mais a nos acrescentar, e isso acontece naturalmente.

Desta forma, não é aceitável do ponto de vista da inspiração divina, que a bíblia contenha incoerências, inconsistências ou contradições, de modo que qualquer aparente divergência deve ser exaustivamente examinada olhando não apenas a letra, mas o espírito por detrás daquela passagem, analisando-se o cenário e as partes envolvidas.

Toda doutrina herética é originada por uma interpretação equivocada, com forte tendência às conclusões tiradas de um versículo apenas, mesmo em casos em que há toda uma convergência para uma direção contrária àquela defendida pela doutrina.

Tome-se, por exemplo, o tão "polêmico" assunto do divórcio. Mesmo com todo um contexto explícito na direção oposta à separação de casais (de Gênesis a Apocalipse), por causa de um versículo (popularmente conhecido como a cláusula do divórcio) pessimamente interpretado, foi criada toda uma ideologia favorável à dissolução do casamento, que extrapola, inclusive, a própria confirmação de Jesus.

Alia-se a isso, a extrema dificuldade humana de viver em liberdade, fruto de uma natureza de pecado, onde a luta interna promove o medo de ser livre e de não viver em santidade. Há também o legado de opressão e uma síndrome de culpa que fazem com que o indivíduo prefira viver debaixo da lei a receber o amor gratuito de Deus. A graça é impedida de ser recebida, pois internamente somos doutrinados a “revidar” as ações, sejam elas más ou não. Somos coagidos a devolver algo que nos foi dado, impedindo-nos de viver plenamente o perdão e a salvação em Jesus sem nos motivar a tentar dar algo em troca. Custa-nos acreditar que o amor é a motivação da Graça.

1João 4:7-8 diz: "Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor."

Se há algo que eu faça que não provenha de amor, de nada vale. Profecias, línguas e conhecimentos passarão, mas o amor nunca perece. Mesmo uma mãe pode se esquecer do filho que ainda mama no ventre, mas Deus nunca nos abandonará, porque Ele é pai e amor. E esse amor, sem necessidade nenhuma de assim fazê-lo, deliberadamente pela Sua abundante graça, criou todas as coisas e trouxe à existência tudo o que é. Eu, você, dinossauros, galáxias e elétrons, fomos criados pela graça do Deus, que não quis ser deus do nada, mas criou todas as coisas e nos inseriu nessa maravilhosa engenhosidade do universo.

Deus que criou a lei que Ele mesmo completou, por amor a nós e por Sua abundante graça.

Curiosamente, devido à confusão que se faz em torno da lei hebraica, nos esquecemos da lei do Verbo. Não percebemos que ao defender a lei, contraditoriamente, não conseguimos cumpri-la em sua totalidade e acabamos escolhendo um ou outro mandamento, os quais julgamos válidos ou necessários à manutenção do nosso tribunal imaginário. Por outro lado, descartamos vários outros, impossíveis de serem obedecidos, aos quais aplicamos a premissa da invalidade ou até mesmo conveniência.

Guardamos sábados esperando alcançar santidade, entregamos dízimos na expectativa de obter algo em troca, nos colocamos como fiscais do comportamento sexual humano, pelo simples fato de nos sentirmos protetores do nome de Deus, ou seguranças da imagem que projetamos do Pai.  Sentimos uma extrema necessidade de ter uma legislação como álibi para nosso comportamento exterior, mas internamente descartamos uma vida de santidade, a paixão pelo evangelismo e o amor pelas vidas.

Minha proposta é fazermos uma viagem por esse infinitesimal conhecimento que temos à disposição, que está longe de encerrar qualquer discurso a respeito do tema, pois isso seria impossível de se fazer nesse pequeno espaço de tempo que temos em vida. Ao mesmo tempo, nem precisaria que assim o fosse, pois é exatamente a medida de fé que precisamos para que haja crescimento e maturidade espirituais no sentido de recebermos sem medo de castigo o dom gratuito de Deus.

1João 4.18 No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. 19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.

Não vivemos debaixo da lei. A lei durou até Jesus. Hoje, vivemos pela Graça, se com Ele morrermos e com Ele tivermos o novo nascimento. Essa é a aliança que Deus fez com a humanidade através de Jesus.

Observe com atenção essas afirmações do Apóstolo Paulo.

Romanos 3:19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, 3.20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. 3.21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; 3.22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, 3.23   pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, 3.24   sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.

Romanos 8.1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 8.2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. 8.3 Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, 8.4 a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Colossenses 2.13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; 2.14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;

Antes de Cristo, os parâmetros para obedecer ou não a uma lei eram meramente méritos e punições. Como podemos esperar que um sistema que exige, pune ou recompensa de acordo com o esforço ou merecimento de alguém possa ser bem sucedido? Isto pode parecer justo, todavia, todo o mérito e glória repousavam sobre o ser humano.

A lei foi um instrumento utilizado para mostrar ao homem o seu pecado e a sua necessidade de salvação.

Romanos 4.4 Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. 4.5 Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.

Romanos 5.13 Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.

Romanos 4.15 porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.

Olhe para Abraão. Viveu muito antes de Moisés, portanto sem lei, mas foi justificado pela fé, sendo ainda incircunciso, tornando-se pai de todos. Quando voltava da guerra, entregou o dízimo de tudo para Melquisedeque. Este, por sua vez, era sacerdote anterior a Levi. Ora, nem o dízimo nem a ordem levítica sacerdotal haviam sido designados por Deus até então. Ambos viveram, pela fé, uma aliança anterior àquela que foi feita no deserto. A bíblia diz que o sacerdócio de Jesus é segundo a ordem de Melquisedeque. Esse sacerdócio é para sempre e dele se forma a nova aliança, superior à primeira, consumada na cruz pelo sacrifício eterno do Cordeiro perfeito, extinguindo para sempre todos os pecados.

Gálatas 3.15 Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa. 3.16 Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. 3.17 E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a pode ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa. 3.18 Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão. 3.19 Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. 3.20 Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um. 3.21 É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei. 3.22 Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa concedida aos que creem. 3.23 Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. 3.24 De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. 3.25 Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.

Romanos 3.28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

"Quer dizer então que podemos matar, roubar, mentir e adulterar que está tudo certo, ou seja, Deus é amor e perdoa tudo!?"

Romanos 3.31 Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

Primeiramente eu perguntaria: não foi exatamente isso que já nos aconteceu?

Em segundo lugar, se o indivíduo está com essa necessidade toda de pecar é porque nunca recebeu o Espírito de Deus no seu coração e não sabe o que é a Graça.

É claro que assassinos, roubadores, mentirosos e adúlteros (na concepção exata da palavra) jamais poderão herdar o Reino de Deus, porque nunca se arrependeram e são irremediáveis em suas condutas, mas o pecado, que atinge a todos, não tem domínio sobre aquele que está debaixo da Graça, ou seja, é um acidente de percurso, embaraçoso, repulsivo e rapidamente confessado. Não por medo de perder a bênção ou salvação, mas por constrangimento de ter errado o alvo e por amor a tamanha dádiva recebida. Nem tampouco porque isso é agradável aos olhos de Deus, uma vez que não há nada oculto para o Pai, pelo contrário, todas as coisas estão nuas diante Dele e é impossível surpreendê-Lo com algo errado ou certo. Mas o amor de Deus nos impulsiona, através da fé, a nos aperfeiçoarmos naquilo em que somos fracos, por dependência e amor.

Romanos 6.14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. 6.15 E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!

A lei só tem autoridade sobre alguém enquanto ele vive. Por exemplo, pela lei a mulher casada está ligada a seu marido enquanto ele estiver vivo; mas se o marido morrer, ela estará livre da lei do casamento. De igual forma, nós morremos para a lei, por meio do sacrifício de Jesus e agora pertencemos a Ele. (7:1-4)

A fé suspende as obras como causa, e as faz tornarem-se apenas o mero e natural efeito de se crer.

Romanos 5.20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.

Cumprimos apenas leis morais, que independente de religião e cultura, são instintivamente plausíveis de serem satisfeitas, mas que não têm nenhum bônus de salvação ou ônus de punição, pois já ressuscitou o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Romanos 7.5 Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte. 7.6 Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.

A lei veio trazer para o homem a consciência de que ele é falho em viver em comunidade. Não haveria necessidade de lei numa sociedade perfeita, mas Jesus nos ensina a viver acima desse padrão, onde os nossos valores não precisam se observados sob a luz da lei. A Graça é o favor de Deus para o homem. É a indicação de que as falhas humanas são tão grandes e tão irremediáveis, que só a morte de Jesus poderia aplacar tamanho abismo entre Deus e a criação. Não houve milagre que Deus pudesse fazer para tirar o homem da morte, a não ser a própria morte de Cristo.

Romanos 10.4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.

O cumprimento da lei deve ser por consciência, não por temor da punição.

Romanos 13:5 Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.

Romanos 8.33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.

A graça é um dom gratuito e razão de ser a salvação, motivada exclusivamente pelo amor de Deus. Jesus resumiu toda a lei num só cumprimento.

Romanos 13.10 O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.

Efésios 2.14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, 2.15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois [judeus e gentios] criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz.

Gálatas 3.10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. 3.11 E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. 3.12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. 3.13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro ). 3.14 para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.

Pela lei, impossível de ser cumprida em sua totalidade, nos transformamos em legalistas e julgadores, incapazes de correção, adeptos de ritos e liturgias mecanizadas. Mesmo cientes de que sem amor de nada adianta, insistimos na sua ineficácia.  

1Timóteo 1.8 Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, 1.9 tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, 1.10 impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina, 1.11  segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado.

II Coríntios 3.13 E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. 3.14 Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. 3.15 Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. 3.16 Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. 3.17 Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

Hebreus 7.12 Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei. 7.13 Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou serviço ao altar; 7.14 pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. 7.15 E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote, 7.16 constituído não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel. 7.17 Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. 7.18 Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade 7.19 (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus.

Hebreus 7.22 Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior.

Hebreus 8.6 Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. 8.7 Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. 8.8 E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, 8.9 não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor. 8.10 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 8.11 E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. 8.12 Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei. 8.13 Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.

Hebreus 9.6 Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados; 9.7 mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo, 9.8 querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido. 9.9 É isto uma parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante à consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto, 9.10 os quais não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma. 9.11 Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, 9.12 não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. 9.13 Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, 9.14 muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! 9.15 Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. 9.16 Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador; 9.17 pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador. 9.18 Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue;

Hebreus 10.1 Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem. 10.2 Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados?

Hebreus 10.8 Depois de dizer, como acima: Sacrifícios e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto te deleitaste (coisas que se oferecem segundo a lei), 10.9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. 10.10 Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.

Hebreus 10.16 Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, 10.17 acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.

Jesus disse: “[Tetelestai] Está consumado!”. Ele completou a lei.


A inquietante e cansativa ansiedade da alma



                                   (texto escrito em abril / 2015)

"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?
Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? "Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.
Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo:  ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.
Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas
Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal". (Mt.6:25-34)



Que agitação é essa que faz o indivíduo correr atrás de si mesmo, buscando em primeiro lugar o reino dos homens, como quem almeja todas as demais coisas, na expectativa de parecer útil ao Senhor e atuante diante dos homens, para enfim merecer o acréscimo do Reino de Deus? Como nomear esse transtorno emocional que assola a todos, sem distinção, ao ponto de motivar Jesus a deixar registrado todo um ensinamento, em meio a tantos outros assuntos de igual ou maior importância? Por que nos afligimos tanto diante da incapacidade de resolver hoje, o amanhã? A ansiedade e seus “mods” contemporâneos é um tema bastante discutido e de certa forma incompreendido também, principalmente nos dias atuais, onde o tempo anda escasso e a vontade de fazer o dobro das coisas nos parece dizer que 24h são insuficientes para tanta vida corrida.

Ora, "de que adianta ao homem ganhar o mundo e perder sua própria alma"? Essa pergunta nos é feita todas as vezes que imaginamos que a performance externa deve prevalecer. Porque quando achamos que precisamos de um monte de afazeres, que muitas vezes servem apenas para nos sentirmos mais confortáveis quando nos reunimos, Jesus nos lembra que não estamos cogitando as coisas de Deus, mas as dos homens. E acrescenta: "quer seguir a Mim? negue-se, tome sua cruz e siga-Me".

Mas confundimos esse negar com penitência e a cruz com fardo a ser carregado. Pode parecer estranho, mas muitos de nós acreditamos que estamos realmente fazendo alguma coisa para Deus quando, por exemplo, cuidamos do templo ou cantamos a plenos pulmões os nossos cânticos preferidos.

É curioso isso. Mas um olhar um pouco mais atento percebe a nossa insignificância diante das supostas necessidades do Criador. Pensemos no Universo e todo seu equilíbrio gravitacional, ou no nascimento de estrelas colossalmente maiores do que o nosso Sol ou até mesmo na formação de um DNA que carrega toda a informação necessária para a formação de um ser vivo. Agora paremos e raciocinemos: seria uma canção, feita por mentes terrenas e gritada uma vez por semana, o louvor que Deus espera? Sério mesmo que todo o Universo já não O enaltece mais do que todas as músicas evangélicas do mundo?

"Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.” (Lc.19.40)

O que dizer então do nosso desempenho na tarefa de "ganhar vidas para Jesus"? Julgamos o muito falar como sendo o principal. Usamos e abusamos dos jargões batidos e vazios, como quem simplesmente entrega uma mensagem, mas se esquece de vivê-la com intensidade. Nos enxergamos como parte de uma engrenagem gigantesca e nos julgamos fundamentais nessa empreitada universal. Nos preocupamos única e exclusivamente com o vestido da noiva, mas deixamos para amanhã o caráter e a doçura. Pregamos o amor de Deus, mas não perdoamos o próximo. Vestimos as melhores roupas no domingo, mas andamos nus e malcheirosos com nosso testemunho de vida do lado de fora da congregação. Vivemos de dia ao redor do nosso umbigo e sonhamos a noite com a prosperidade da vida.
“Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.” (Ec.1.2)

Cada panfleto, cada palavra dada, cada gesto de amor é um cuidado a mais no deserto dos homens. Pois quando uma alma se rende a Cristo, ela o faz porque se rendeu ao somatório dos esforços de todos os que, um dia, araram, cultivaram e regaram aquela terra seca. Não é o último (aquele que fez o apelo, como se acredita) que ganha alguém para Deus, mas Deus mesmo ganha todas as coisas e é Dono de tudo, Soberano do tempo de cada um, apesar de nos dar a liberdade de decidir. Ele é Quem domina, gerencia e preserva todas as coisas, ao ponto de confiar a nós a tarefa de evangelizar, algo que certamente Ele faria, muito melhor do que nós mesmos, como já o fez ao longo da nossa existência.






Vivemos e repetimos tudo isso porque não cremos verdadeiramente no amor. Porque se crêssemos, viveríamos a verdadeira religião de amparar os órfãos e as viúvas em suas tribulações. Se percebêssemos a seriedade do perdão de Deus, andaríamos como Ele andou, submissos à Sua vontade e não cheios de nossa arrogância e julgamentos vazios. Se estivéssemos de verdade conectados com o que vem do Alto, não nos lembraríamos apenas que é de lá que vem o nosso socorro, mas que há um só Deus que ama a todos, sem distinção. Se nos arrependêssemos genuinamente, não viveríamos subindo montes e participando das campanhas de libertação, mas olharíamos para o velho homem com desprezo e sem medo de recaídas. E se passássemos a nos comportar como filhos diante Daquele que chamamos de Pai, de fato vivenciaríamos a intimidade familiar e não toda essa cerimônia, transvestida de reverência. 


Alguns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam.
Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: "Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele".(Mc.10:13-15)
 


Ao invés disso, preferimos os discursos de ódio e invocamos a “descida do fogo”, que jamais cairá do Céu para derrubar nossos inimigos, pois seres humanos que nos traem, caluniam, roubam e nos magoam, são carentes, assim como nós, da Graça de Deus, e não de um raio que os destruam. Infelizmente, chegamos diante do altar de Deus com as mãos cheias de pedras, prontas para atirar e, repetidamente, precisamos ouvir de Sua boca o mesmo discurso que nos libera a atirar a primeira pedra quando não tivermos nenhum pecado.

E nos perguntamos para onde vai o mundo? Ora, Deus nos deu o direito de escolher e nos advertiu que iríamos de mal a pior, como estamos indo. Mesmo assim, a mensagem de esperança e retidão continua sendo pregada. Em meio a tanta sujeira e desolação, eis que Ele nos lembra que tem conservado uns tantos; todo joelho que não se curvou diante do sistema, e toda boca que não beijou o modelo mundano.

O que dizer da correria despropositada daqueles que foram chamados para cuidar da casa de Deus? Que loucura é essa que nos adoece e nos faz entristecer uns com os outros, gerando toda sorte de especulação maldosa e desentendimento com os irmãos? Por que tantas indiretas e julgamentos pré-formatados acerca de comportamentos geográficos, culturais e sociais das congregações A ou B? Por que tanta ênfase é dada a artistas e pregadores que cobram por shows de música ou palestras teológicas, sob a justificativa de pregar a Palavra de Deus? Acaso não estão fazendo distinção entre os que podem e não podem pagar para receber aquilo que Deus distribuiu em forma de talentos a alguns dos Seus?

Infelizmente, quando paramos para pensar nestas coisas, acabamos nutrindo a mesma desolação e agonia que Jesus nos ensinou que eram nocivas a nossa alma. Mas é impossível não reparar, principalmente quando estamos um pouco afastados do transloucado dia-a-dia dentro da congregação, a falta de lógica que esse afã por desempenho tem. Não faz sentido! A Graça é o presente que está diametralmente oposto a qualquer mérito e esforço humanos. Não é isso que todo o Novo Testamento insiste em dizer?



Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: "O Reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Lá está’; porque o Reino de Deus está entre vocês". (Lc.17:20-21)

Não! O Reino de Deus não está no Vaticano, nem no Templo Maior, nem em qualquer show ou espetáculo pirotécnico com algum símbolo do peixe ou chama acesa. Isso ou aquilo são apenas símbolos, lembretes de que Ele está dentro de nós, dentro daquele que olha para si e vê o reinado de Deus em sua vida, daquele que entendeu que a busca não é esse comichão atrás de holofotes, mas uma entrega. Para buscar o Reino de Deus, por mais ilógico que aos nossos olhos possa parecer, é necessário parar de correr e se entregar.

busca = entrega = crença = confiança = fé.

Jesus nos ensinou a pensar. Talvez porque Ele sabia que viriam os falsos mestres a lecionar doutrinas opostas à simplicidade do Reino. Ao proferir Suas parábolas, Jesus nada mais estava fazendo do que nos ensinando a discernir através dos elementos cotidianos e minimalistas do mundo. Pois, já que estamos inseridos no mundo, por óbvio que vamos nos mover de acordo com o que vemos.


Ele prosseguiu dizendo: "O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, quer ele durma quer se levante, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como.
A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita".
Novamente ele disse: "Com que compararemos o Reino de Deus? Que parábola usaremos para descrevê-lo? É como um grão de mostarda, que, quando plantada, é a menor semente de todas.
No entanto, plantada, ela cresce e se torna a maior de todas as hortaliças, com ramos tão grandes que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra". (Mc. 4:26-32)

Que a nossa conduta mude, afinal. Que abandonemos essa correria inútil e desenfreada pela aprovação dos homens e passemos a andar no anonimato da obra. Que uma mão não saiba o que a outra fez, pois assim mesmo, em secreto, buscando dentro de nós mesmos a alegria do Senhor, genuinamente amando o amor de Deus é que viveremos a promessa de vida abundante.

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Rm.14.17)
As rotineiras festas dentro do nosso clubinho seleto dos escolhidos não precisam terminar. Mas é necessário dizer que a verdadeira festa Papai preparou para aqueles que amam o Anfitrião e não a comilança. Está preparada para ser celebrada com um coração genuinamente puro e imune às circunstâncias da vida, que entendeu que sua única tarefa é a de repassar esse convite a todos os quais Ele nos enviar.

De nada adianta esse esforço só com o intuito de mostrar serviço ou espiritualidade. Jesus já condenou isso há milênios, quando os fariseus faziam o mesmo nas ruas para serem vistos. O que O Grande Eu Sou espera de nós está lá fora no mundo, de onde Ele quer que tragamos para as bodas, a tantos quantos nossa energia nos permitir.

Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, porque aos seus amados Ele o dá enquanto dormem. (Sl.127.2)