sexta-feira, 3 de junho de 2016

A importância do CR



O coeficiente de rendimento - CR - expressa o aproveitamento do aluno durante todo o curso e é registrado no histórico escolar, sendo recalculado, com base nas avaliações, a cada fim de período. É relacionado diretamente à média das notas (das aprovações e reprovações) e, em alguns casos, também leva em consideração o número de créditos (ou o peso) das disciplinas. Muitos alunos ignoram completamente a existência e também a importância desse índice, mas eu tentarei trazer aqui uma breve explanação da importância de se manter focado na média acadêmica, não somente pelo fato dela fazer parte do currículo do aluno, mas também, principalmente, pelo caráter intrínseco que este índice carrega.
Em muitas universidades, o CR é calculado da seguinte forma:

Essa nota final, repito, independe se o aluno foi aprovado ou não, de forma que é sempre importante apelar para o trancamento da matéria, caso o aluno perceba que não irá acompanhar o ritmo das aulas e poderá até mesmo levar chumbo, o que só contribui para o decréscimo de seu CR.
Muitas empresas, quando estão contratando, solicitam o diploma acompanhado do histórico. Desta forma, os recrutadores podem avaliar se o aluno levou a sério o curso, se concluiu no prazo e também se ele manteve seu CR acima da média. Na hora de decidir entre dois candidatos empatados em pré-requisitos acadêmicos, certamente que esses dados pesarão na escolha.
Mas por trás dessa análise técnica há um fator muito mais importante que está, como disse anteriormente, intrínseco, ou seja, escondido dentro dessa conta fria que uma planilha eletrônica pode fazer instantaneamente. E quero que você acompanhe minha linha de raciocínio.
Normalmente as universidades adotam o sistema de avaliações presenciais, sem consulta para apurar o rendimento do aluno. Uma AV1 com a parte inicial da matéria e uma AV2 com o conteúdo completo. Não raro, existem também trabalhos (individuais ou em grupo) com pesos menores que as provas (numa proporção média de 2/8). Essas provas têm, em geral, 5 questões com níveis graduais de dificuldade.
As três primeiras questões são as mais fáceis e as duas últimas as mais difíceis, inexoravelmente. O aluno que está acompanhando a matéria e estudando pelo material indicado, fará com extrema facilidade as duas primeiras. Em geral, a terceira questão não é muito difícil, mas apresenta um grau de dificuldade relacionado ao trabalho que vai ser empregado para respondê-la, ou seja, ela cansa mais o emocional do que exige do cognitivo. Já as duas últimas, são um apanhado de toda a matéria. Especificamente, a última sempre carrega uma exigência lógica que não foi avaliada em sala, mas que é uma prova de que o aluno se empenhou não só em aprender, mas em apreender a essência do que lhe foi apresentado.
O que acontece é que o aluno sempre acaba errando as duas últimas ou acertando parcialmente e com isso ele vai vivendo seu período acadêmico sempre circundando a média de aprovação (6 ou 7). É lícito? É. Aprova? Sim. Ele aprende o que é mais importante? Não. Uma vez que o conteúdo das matérias está sendo avaliado de forma mais completa pelas duas últimas questões, e justamente nessas é que o aluno dá seus chutes e elabora seu rol de embromações, no afã de conquistar meio pontinho aqui, meio pontinho ali e bater a média, é óbvio que a avaliação final do rendimento acadêmico se dá de forma equivocada e, infelizmente, criou-se a cultura do medíocre.
Um CR entre 5 e 6 é justamente aquele em que o aluno não acerta as duas questões finais, o que faz com que as universidades despejem no mercado de trabalho profissionais que não sabem fazer as duas últimas questões, ou, traduzindo em miúdos, não conhecem o conteúdo programático mais a fundo.
Ora, o mercado de trabalho quer aqueles que batam as duas últimas, pois as três primeiras questões podem ser resolvidas por qualquer usuário Google com um mínimo de habilidade. Pense bem... Você é um recrutador experiente e sabe como é o processo de avaliação acadêmica nas universidades. Sabe bem que uma prova de, por exemplo, "Fundamentos de Qualquer Coisa", terá questões elementares e duas questões que cobrem todo o conteúdo programático. Logo, não é razoável pensar que você irá medir a proficiência do candidato pelo único fator que você tem a sua disposição?
Imagine-se tendo que decidir entre dois candidatos empatados em tudo, exceto pelo coeficiente de rendimento acadêmico. O candidato 1 concluiu seu curso com CR=6 e o candidato 2, com CR=8,5. Você sabe que ambos fizeram a prova fictícia abaixo e tem que escolher um deles para o cargo de Supervisor de Processos, o que significa que o futuro empregado da empresa irá lidar com a equipe técnica, compra de materiais e terá que dar prazos de entrega dos produtos. Quem você contrataria?
Q1) Desenhe um quadrado
Q2) Calcule a área do quadrado acima, considerando L = 2 cm.
Q3) Calcule o volume de um quadrado qualquer, considerando L = l.
Q4) Dada a circunferência abaixo, encontre o seu centro. Justifique sua resposta.
Q5) Encontre as dimensões de um cilindro circular reto, de área total a 50 cm2, de modo que o volume seja máximo.

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