terça-feira, 28 de junho de 2011

Eu preciso me amar

(Mc. 12) 28 Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
29 Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.
31 E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.


Começo a reflexão de hoje meditando sobre esse mandamento que o Nosso Senhor Jesus nos deixou. Essa passagem, muito conhecida e falada ao longo dos anos, nos faz pensar muito acerca de nossa relação com Deus e também com o nosso semelhante. A princípio, é um convite explícito ao relacionamento íntimo, sincero e incessante com o nosso Criador e também um chamado para que possamos mostrar o Fruto do Espírito para convívio social.

"Amar a Deus, amar ao próximo, amar a si mesmo"

Me parece, da leitura desse texto, que o amor ao próximo está vinculado ao amor próprio, pois como poderemos amar ao próximo como a nós mesmos, se não nos amamos de verdade, ou pior, nem sabemos ao certo o que é o amor?

Quando parei para meditar sobre esse mandamento, fui levado a me perguntar antes se eu realmente me amava o suficiente para ver se o amor que eu praticava com meu irmão era digno de ser comparado com o "a mim mesmo". Porque se eu não me amo de verdade, como posso amar o próximo? E me vi duvidoso se o que eu praticava na vida, poderia ser o reflexo do que eu pregava. E me vi com medo de nunca ter me amado de verdade. E percebi que Cristo me ama muito mais do que eu mesmo...

Filosofias a parte, senti a necessidade de me aprofundar numa busca tão intensa para descobrir esse amor que acabei me frustrando um pouco. Pois nada do que faço para mim pode ser comparado com o que Jesus já fez. Absolutamente nada. Posso me adorar diariamente diante do espelho, posso me encher de coragem toda manhã ao sair de casa, posso me capacitar durante anos, posso quase tudo, que mesmo assim, ainda me faltará o amor.

Descobri, então, que só em Deus eu posso me amar de verdade. Só buscando e seguindo a Voz do Espírito que eu estarei trilhando um caminho de vida e amor próprio. Só conhecendo de verdade àquele que tudo criou que poderei dizer pro meu inimigo: "Deus te ama e eu também". Porque não há outra forma desta carne fraca, vingativa, arrogante e auto-destrutiva se converter e passar a amar a tudo e a todos, senão por conhecer o Amor de Deus.

Por incrível que pareça, o amor próprio, sob a perspectiva cristã, é estabelecido de uma forma totalmente diferente do que é pregado no mundo.

Vejamos, o que é morrer na perspectiva cristã? É deixar para trás o mundo e mergulhar no mistério de Deus. A morte da carne deve ser vivida como entrega total e definitiva.

Nossa vida é um processo. Deixa-se para trás a infância e se avança para frente. Depois vem a juventude, a seguir a maturidade, a idade avançada até a eternidade. Abre-se mão de uma fase para entrar noutra.

Ao contrário do que se ouve, a esperança não é a última que morre. Para quem crê, a esperança não morre, transforma-se em realidade.

A existência de Cristo foi vivida na entrega. Sua morte foi a consumação, a plena realização do sentido de Sua vida. Sua morte foi a entrada na Glória. Cristo não subiu à Cruz aos 33, mas passou 33 anos na Cruz. E quando se diz viver na Cruz, significa dizer viver abrindo mão de nós mesmos e passar a viver aquilo que Deus tem pra nós, ou seja, nos amar de forma plena.

(Lc. 9) 24 Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará.

Para amar a Deus é necessário conhecer e guardar Sua Palavra. Quando andamos debaixo da Palavra de Deus, somos guiados pelo Espírito Ajudador, que nos ensina e nos convence de todas as coisas. Mostramos para Deus e para o mundo o quanto nos amamos de verdade, quando dizemos não para a carne e sim para o Espírito. Com Ele, somos tomados de compaixão e piedade para com os outros e podemos, enfim, demonstrar esse amor próprio para testemunho da Glória de Deus em nós mesmos.

Amemos uns aos outros e a nós mesmos, em Cristo Jesus.

Graça e Paz

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